Título: A Culpa é das Estrelas
Autor(a): John Green
Editora: Intrínseca
Páginas: 283
ISBN: 978-858057-226-1
Hazel é uma paciente terminal. Ainda que, por um milagre da medicina, seu tumor tenha encolhido bastante - o que lhe dá a promessa de viver mais alguns anos -, o último capítulo de sua história foi escrito no momento do diagnóstico.
Mas em todo bom enredo há uma reviravolta, e a de Hazel se chama Augustus Waters, um garoto bonito que certo dia aparece no Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. Juntos, os dois vão preencher o pequeno infinito das páginas em branco de suas vidas.
O.k, O.k.
Preciso apenas de alguns minutos para que essas teimosas e insistentes lágrimas parem de cair.
Ao contrário do que senti ao finalizar
Como eu era antes de você - outra trama emocionante e incrível -,
A Culpa é das Estrelas me levou a pensamentos inimagináveis ou talvez não tão inimagináveis assim, talvez tenham sido apenas alguns pensamentos medrosos que eu sempre arquivei no fundo da minha cabeça.
Depois de ouvir muito sobre o livro azul com uma nuvem na capa; a qual nunca entendi o porquê já que no título traz a palavra "estrelas" e não "nuvens", eu finalmente adquiri meu exemplar, o peguei e o li.
Emocionante não chega nem perto do que esse livro é, encantador também não alcança a grandeza da história. Apenas aqueles que leram entenderão o porque, nesse caso sugiro você; que ainda não leu, a parar agora mesmo de ler esta resenha e ler o livro.
Quando iniciei o livro surpreendi-me ao encontrar uma narradora - neste caso, a Hazel Grace Lancaster - bem humorada e cheia de tiradas sarcásticas, ri da forma como ela se refere aos pulmões como "fazendo um péssimo trabalho como pulmões". Logo de início meu livro ficou abarrotado de tags marcando várias partes interessantes e quotes divertidos.
Hazel é uma paciente terminal. Diagnosticada com câncer na tireoide, originalmente, mas com uma respeitável colônia de satélite há muito empo instalada nos pulmões, palavras dela (da Hazel, quero dizer) e não minha.
Quando sua mãe decide mandá-la para o Grupo de Apoio a Crianças com Câncer, Hazel não imaginava que lá, ela conheceria Augustus Waters, um jovem bonito, engraçado, sexy que estranhamente anda com um cigarro, sempre apagado, na boca.
O mais estranho foi que ele a ficou encarando todo o tempo durante o Grupo de Apoio e logo depois eles não tiraram mais os olhos um do outro.
O que mais me marcou nesse livro, não foi apenas aquela velha história de pessoas passando por uma fase difícil e então encontram outra na qual começarão a escrever e a preencher aquela folha em branco na sua vida, mas sim foi ver jovens, crianças, encarando uma doença tão grave e terrível como o câncer com muito humor.
John Green entrou para a minha lista de autores favoritos só com
A Culpa é das Estrelas, a forma humorística, filosófica e romântica com a qual ele escreve este maravilhoso livro nos faz, a cada momento, pensar mais e mais nas nossas vidas, assim como nas vidas de Gus e Hazel.
O livro é simplesmente fenomenal e o que me impressionou foi o fato de não vermos insegurança da parte dos personagens, eles são o que são, encaram a doença bravamente de uma forma que muitos adultos não encaram. E principalmente não enrolam no quesito romance. Simplesmente acontece e ponto final.
A Culpa é das Estrelas vem da famosa frase de Cássio: "A culpa, meu caro Bruto não é de nossas estrelas / Mas de nós mesmos."
John Green retirou o adverbio de negação e colocou, sim, a culpa nas estrelas. Afinal Hazel não pediu para ter Câncer, e as estrelas foram culpadas. Mas sinceramente, não vejo que a culpa seja delas pelo câncer em si, mas pelo que ela une no decorrer dessa história.
A Capa desse livro sempre me intrigou. Eu simplesmente não conseguia entender porque no título vinha a palavra estrelas e o desenho de uma nuvem atrás com letras que parecem ter sido escritas com giz de cera. Mas, então entendi. As nuvens tem sim um significado. Além delas representarem as observações de Gus e Hazel quanto as nuvens elas mostram, também, a liberdade tão desejada pelos personagens. A liberdade de poder fazer o que quiser, de poder ir aonde quiser e sem pressa.
De fato tudo neste livro tem um significado e nos faz pensar.
A Culpa é das Estrelas é um livro que você precisa, necessita ler antes de morrer. E sim, esse foi um péssimo trocadilho. Como diria Gus.
Foram tantas as partes boas desse livro que foi difícil escolher uma para a favorita. Mas no fim me decidi por essas duas:
"Às vezes as pessoas não têm noção das promessas que estão fazendo no momento em que as fazem."
O.k O.k, é realmente uma coisa escrever este quote e chorar ao mesmo tempo, mas farei o meu melhor.
"Não sou formada em matemática, mas sei de uma coisa: existe uma quantidade infinita de números entre 0 e 1. Tem o 0,1 e o 0,12 e o 0,112 e uma infinidade de outros. Obviamente, existe um conjunto ainda maior entre o 0 e o 2, ou entre o 0 e o 1 milhão. Alguns infinitos são maiores que outros (...) Há dias, muitos deles, em que fico zangada com o tamanho do meu conjunto ilimitado. Eu queria mais números do que provavelmente vou ter."
Essa é para todos aqueles que, assim como eu, admiram e se emocionam ao ler a história de heróis, heróis que não precisam de super poderes, de uma varinha mágica ou ser filho de algum deus, mas aqueles heróis que conseguem mudar o mundo apenas com palavras.
Essa resenha é para Hazel e Gus.