Resenha: A Esperança por Suzanne Collins

Título: A Esperança
Série: Jogos Vorazes #3
Autor(a): Suzanne Collins
Editora: Rocco
Páginas: 419
ISBN: 978-85-7980-086-3
Ano: 2010
Classificação: 3 Estrelas

Depois de sobreviver duas vezes à crueldade de uma arena projetada para destruí-la, Katniss acreditava que não precisaria mais lutar. Mas as regras do jogo mudaram: com a chegada dos rebeldes do lendário Distrito 13, enfim é possível organizar uma resistência. Começou a revolução.
A coragem de Katniss nos jogos fez nascer a esperança em um país disposto a fazer de tudo para se livrar da opressão. E agora, contra a própria vontade, ela precisa assumir seu lugar como símbolo da causa rebelde. Ela presa virar o Tordo.
O sucesso da revolução dependerá de Katniss aceitar ou não essa responsabilidade. Será que vale a pena colocar sua família em risco novamente? Serpa que as vidas de Peeta e Gale serão os tributos exigidos nessa nova guerra?



Ainda não sei bem como me sinto em relação à esse livro.

Diferente de todos que já li, A Esperança me deixou em vários momentos com uma opinião contraditória, com um sentimento confuso e por fim me decepcionou.
Não se engane, a trama continua excelente como nos dois primeiros volumes. Ué como assim? Você me pergunta.

Farei essa resenha diferente de todas as outras, como o livro, a dividirei em três partes.

Comecemos pelo óbvio. O Começo.

Depois de enfrentar um segundo round na arena, Katniss vê que sua coragem na arena deu esperanças as pessoas e agora o Distrito 13, repleto de rebeldes, avançam com a tão esperada revolução.
  É claro que eu, com ódio tremendo da Capital como eu tinha, fiquei super empolgada com a revolução e me joguei de cabeça nela. Collins tem uma forma única de escrever, você facilmente se vê na pele de Katniss Everdeen e consequentemente sente todas as emoções dela.
Dizer que este livro é um pouco mais pesado que seus dois antecessores é ser no mínimo gentil. Se você espera encontrar um livro no qual a paixão entre os personagens despertará e aquele triângulo amoroso clichê se fortificará e a personagem principal ficará mais indecisa que nunca entre os dois gatos, engana-se totalmente e se você espera isso, sugiro então nem ao menos ler este livro.
Insensibilidade, brutalidade, matança, assassinato, loucura e manipulação é o que cerca este terceiro volume. Ao longo que Katniss aceita seu papel na revolução e os preparativos começam – de forma bastante lenta e as vezes até cansativa – você fica cada vez mais ansioso pela guerra iminente que vem à frente.

Segunda parte: O meio.

Algo que senti nesse livro foi a demora nos eventos, fiquei a todo momento esperando a ação, a guerra em si e ela não chegava e quando chegava era apenas uma parte e a minha ânsia pela morte de Snow só aumentava. Eu me senti a própria rebelde lutando pela minha liberdade e pela democracia em meu país. Graças a Deus não nasci na época da Ditadura Militar aqui no Brasil, caso contrário eu provavelmente teria sido torturada até a morte.
O ponto mais alto do livro para mim foi como a autora conseguiu nos manipular e nos fazer pensar que estávamos enlouquecendo junto com Katniss e outros personagens e olha que é muitíssimo difícil conseguirmos sentir os sentimentos e emoções de um personagem secundário em um livro narrado em primeira pessoa, mas eu senti não apenas de um, mas de vários personagens.

Terceira parte: O Final.

       O livro é repleto de analogias a períodos históricos. Em muitas partes lembrei do regime nazista, em outras do governo romano antigamente. Se pararmos para ler esse livro olhando pelo lado histórico ele é riquíssimo e conseguimos facilmente ver, por exemplo, a política do Pão e Circo que é até mesmo citada no livro. Para quem não sabe ou não se lembra, essa política era o modo como os líderes romanos lidavam com a população para mantê-la fiel à ordem estabelecida e conquistar o seu apoio (opa meio familiar não?).
      Vocês devem estar se perguntando: Se ela é só elogios ao livro porque 3 estrelas?
      Confesso que uma estrela foi tirada pela morte do meu personagem favorito (o qual não falarei por conta de spoiler), e não foi apenas porque ele é o meu favorito, mas porque como o título do livro implica, eu tinha esperança de que ele fosse ficar vivo e conseguir encontrar aquela esperança na vida dele que foi tão terrível, tão usada e tão pisada. No fim ele só conseguiu uma pequenina felicidade para em seguida ser jogado no abismo sem fundo que é a morte.
      Outra estrela tirei por conta de uma outra morte que achei totalmente desnecessária, simplesmente não tenho palavras. O que uso para me consolar é que baixou uma J.K Rowlings na Collins e ela saiu assassinando todo mundo.
      E por fim a última estrela tirei devido a falta de esperança depositada no livro. Embora nas quatro últimas páginas ela apareça, me faltou mais dessa palavra. Não sou ignorante quanto a situação da guerra. Já assisti ao Resgate do Soldado Ryan ok?
      A guerra não dá lugar a esperança e sim a destruição, principalmente em um país como Panem que tinha um regime totalitário, sem qualquer democracia, onde o governo mostrava o seu poder com assassinatos e humilhações publicas para mostrar quem manda.
     Mas acredito que mesmo diante dessa situação, mesmo que o livro em si fale da esperança com relação à revolução que mesmo com a guerra trará a esperança do fim a esse regime totalitário e bárbaro, faltou algo mais. Faltou aquela esperança que, no fundo, até a Katniss esperava.
     Nas últimas páginas do livro me conformei com o fato de que ao fechar o livro e ir dormir – pois finalizei a leitura às duas da manhã - eu teria pesadelos, pois me envolvo demais ao ler um livro, e mesmo que eu não me envolvesse a Collins te envolve. Eu enlouqueci, morri, fui torturada e não consegui me agarrar à pequena esperança que li nas últimas páginas.

     Quando fechei o livro à primeira coisa que me veio a cabeça foi:
     Não tenha esperanças de ser feliz se um dia você for à guerra.
     Aí vocês devem pensar: Meu Deus ela detonou o livro.
     Nananinanão leitor, ah eu te disse que tive sentimentos contraditórios não disse? Por mais que eu tenha desgostado de algumas coisas eu não tiro a genialidade do livro e a força dele. Essa trilogia é um livro que todo mundo deveria ler e refletir sobre o assunto.

     Se eu recomendo? Com toda certeza. Mas minha recomendação desta vez vem seguida de um pequeno conselho:
     Se você quer ler esse livro por puro hobbie ou ler por ler, leia, mas te garanto que se você se esforçar, um pouco que seja, e passar a ler este livro com atenção e com uma cabeça mais pro lado político você vai usufruir e aproveitar muito mais, do que esta história tem a oferecer.
      Então se possível, não desperdice uma boa história apenas lendo, leia com atenção e se atenha aos detalhes e as críticas ao sistema impostas nele, acredite, sua leitura valerá muito mais a pena se você seguir por esse caminho.
      Para finalizar, agradeço mais uma vez a Valéria, ao Victor e ao Carlos por me incentivarem tanto a ler essa trilogia e a me aturarem ao longo da minha leitura, beijo seus lindos!

5 comentários

  1. Roberta, esse é o poder das distopias: encantar e chocar! Se ficou confusa é porque a história atingiu o objetivo. Também amei o livro e sou super fã da trilogia!

    Abraços, Isabela.
    www.universodosleitores.com

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  2. Pois é minha cara, as distopias sempre causam sentimentos contraditorios.
    Sempre tive vontade de ler essa trilogia.
    Gostei dessa sua resenha " diferente ".
    abraços.
    palavrapequenas.blogspot.com

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  3. Bom, já me condenaram o suficiente quando disse que não gosto dessa trilogia. O fato é que nunca fui muito para o lado das distopias e aí tem a Katniss que não me convenceu...rs
    Mas não vou tirar os méritos dela, se fez sucesso é pq tem algo bom aí e que agradou o grande público. rs

    Beijos

    Ana
    www.euleitora.com.br

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  4. Já li a trilogia e gosto muito da série, apenas não posso dizer que é minha favorita.
    Quero logo ver a adaptação de em chamas, pq eu acho esse último muito parado, apesar de amar mais ele kkkkkkkkk


    http://clicandolivros.blogspot.com.br/
    Beijos
    @clicandolivros

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  5. Oi querida!

    Meus sentimentos também foram contraditórios e não discordo de uma vírgula sequer da sua resenha. O tal personagem favorito que morreu, era o meu tambem. Eu chorei tanto. E me senti mal da autora não ter tirado um parágrafo sequer pra ficar de luto pela morte dele. Ok, eles tavam no meio de uma batalha, mas eu esperava que fosse ter uma menção, uma homenagem, algo pra ele no fim do livro, e em vez disso outra bomba: aquela foto que fez com que eu chorasse mais ainda ao revelar o que ele tinha perdido. A outra morte também achei desnecessária, mas não me senti mal pela morte em si, não tinha muita simpatia pela personagem. Não curti ela ter morrido porque depois disso o livro simplesmente pára e passa a ser tudo sobre a crise existencial da Katniss. Eu entendo, juro, o porque dela se sentir assim e não esperava uma reação menos dramática, mas o livro estava ação pura e do nada estaciona? Foi um baque! E o final, embora bonito, também me decepcionou. Depois de tanto sofrimento, queria um pouco mais de alegria. O destino de Katniss e Peeta ficou restrito a um único parágrafo (lindo, mas mesmo assim...)!!! Tirando o epilogo, claro, que foi o que salvou.

    Um beijo
    http://escolhasliterarias.blogspot.com.br/

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